quinta-feira, 1 de março de 2007

Google sofistica ferramentas do Adsense para combater fraude do clique

Miami - Buscador permitirá que anunciantes recebam relatórios com quantidade de cliques barrados e quanto o Google deixou de cobrar por isto.

O Google oferecerá mais dados e ferramentas para ajudar anunciantes a combater fraudes de cliques, uma prática controversa que é o maior inimigo de um modelo altamente lucrativo de propaganda online conhecido como "pay per click".

Como a maioria de sua receita vem do modelo, o Google vem mostrando interesse crescente em combater a fraude, que acontece quando alguém clica no anúncio com fins maliciosos.

Como anunciantes pagam a cada clique dado em seus anúncios, as empresas às vezes clicam sobre anúncios de concorrentes para aumentar seus gastos. Outra fraude de clique comum é a prática de empreendedores clicarem sobre os anúncios do próprio site para aumentar suas comissões.

"Estamos tentando dar a anunciantes transparência, entendimento e controle sobre questões na medida que podemos", afirma Shuman Ghosemajumder, diretor da divisão de confiança e segurança de produtos no Google.

Para tanto, o Google, a partir de março, planeja permitir que seus anunciantes bloqueiem determinados IP por qualquer razão, como suspeitas de fraude de cliques ou simplesmente por que seus cliques nunca levam a uma venda, disse ele.

"A filtragem de IP permitirá que anunciantes digam: 'Se eu acredito que tal IP não está produzindo tráfego suficiente pra mim, então não quero mostrar meus anúncios para ele'" exemplifica Ghosemajumder.

Também neste mês, o Google pretende lançar seu centro de recursos online voltado à fraude de cliques, em que a companhia publicará informações e tutoriais para educar seus anunciantes sobre a questão, que o Google prefere chamar de cliques inválidos.

Desde julho, o Google reportou a anunciantes o número de cliques inválidos em suas campanhas, assim como a porcentagem comprometida com todos os cliques.

Até o final do mês, o Google planeja integrar estes relatórios com outros dados: a quantia de dinheiro que o Google não cobrou de anunciantes ao detectar e ignorar cliques inválidos, disse ele.

Finalmente, no segundo trimestre, o Google dará a anunciantes uma interface padronizada para reclamações de fraudes de clique que possam levar a investigações.

Estimativas sobre a incidência da fraude de clique variam amplamente, com algumas pessoas dizendo que afeta uma quantia descartável de anúncios, enquanto outros sugerem que até 40% dos cliques são maliciosos.

Menos de 10% dos cliques nos anúncios do Google são considerados inválidos, contabiliza Ghosemajumder, se negando a ser mais específico. A maioria deles é detectada pelo Google, e apenas 0,02% são declarados inválidos como resultado de reclamações dos anunciantes, diz ele.

O Google prefere usar o termo "cliques inválidos" por que sustenta que nem todos os incidentes de fraude são maliciosos por natureza, mas podem acontecer também pelo comportamente inocente do usuário, como a tendência de alguns usuários de sempre clicar duas vezes no mesmo link.

A ClickForensics, que oferece tecnologia e serviços para combater a fraude de clique, estima que, no último trimestre do ano passado, cerca de 14,2% dos cliques eram fraudulentos.

Anunciantes vêm pressionando Google, Yahoo e outros fornecedores de links patrocinados para combater a questão da fraude de cliques, alegando que estas companhias não fazem nada para minimizar os problemas.

O Google chegou a um acordo de uma ação pela fraudes de cliques no ano passado, descrita como uma grande vitória pela companhia. Uma perda poderia significar à empresa milhões de dólares, mas o buscador preferiu resolver a ação com um acordo avaliado em 90 milhões de dólares.

Como parte do acordo, centenas de anunciantes abriram mão do seu direito de processar o Google por problemas com fraudes de cliques a partir de 2002.

O acordo também permitiu que o Google, que admitiu não ter tomado atitudes errada na época, pagasse apenas um terço do combinado em dinheiro - tudo para custos com advogados - com o resto pago em créditos para anunciantes.

Dos 60 milhões de dólares alocados para créditos de propaganda, muitos estimam que apenas uma fração, possivelmente não mais que 12 milhões de dólares, serão reclamados.

Fonte: IDG Now!

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