Miami - Buscador permitirá que anunciantes recebam relatórios com quantidade de cliques barrados e quanto o Google deixou de cobrar por isto.
O Google oferecerá mais dados e ferramentas para ajudar anunciantes a combater fraudes de cliques, uma prática controversa que é o maior inimigo de um modelo altamente lucrativo de propaganda online conhecido como "pay per click".
Como a maioria de sua receita vem do modelo, o Google vem mostrando interesse crescente em combater a fraude, que acontece quando alguém clica no anúncio com fins maliciosos.
Como anunciantes pagam a cada clique dado em seus anúncios, as empresas às vezes clicam sobre anúncios de concorrentes para aumentar seus gastos. Outra fraude de clique comum é a prática de empreendedores clicarem sobre os anúncios do próprio site para aumentar suas comissões.
"Estamos tentando dar a anunciantes transparência, entendimento e controle sobre questões na medida que podemos", afirma Shuman Ghosemajumder, diretor da divisão de confiança e segurança de produtos no Google.
Para tanto, o Google, a partir de março, planeja permitir que seus anunciantes bloqueiem determinados IP por qualquer razão, como suspeitas de fraude de cliques ou simplesmente por que seus cliques nunca levam a uma venda, disse ele.
"A filtragem de IP permitirá que anunciantes digam: 'Se eu acredito que tal IP não está produzindo tráfego suficiente pra mim, então não quero mostrar meus anúncios para ele'" exemplifica Ghosemajumder.
Também neste mês, o Google pretende lançar seu centro de recursos online voltado à fraude de cliques, em que a companhia publicará informações e tutoriais para educar seus anunciantes sobre a questão, que o Google prefere chamar de cliques inválidos.
Desde julho, o Google reportou a anunciantes o número de cliques inválidos em suas campanhas, assim como a porcentagem comprometida com todos os cliques.
Até o final do mês, o Google planeja integrar estes relatórios com outros dados: a quantia de dinheiro que o Google não cobrou de anunciantes ao detectar e ignorar cliques inválidos, disse ele.
Finalmente, no segundo trimestre, o Google dará a anunciantes uma interface padronizada para reclamações de fraudes de clique que possam levar a investigações.
Estimativas sobre a incidência da fraude de clique variam amplamente, com algumas pessoas dizendo que afeta uma quantia descartável de anúncios, enquanto outros sugerem que até 40% dos cliques são maliciosos.
Menos de 10% dos cliques nos anúncios do Google são considerados inválidos, contabiliza Ghosemajumder, se negando a ser mais específico. A maioria deles é detectada pelo Google, e apenas 0,02% são declarados inválidos como resultado de reclamações dos anunciantes, diz ele.
O Google prefere usar o termo "cliques inválidos" por que sustenta que nem todos os incidentes de fraude são maliciosos por natureza, mas podem acontecer também pelo comportamente inocente do usuário, como a tendência de alguns usuários de sempre clicar duas vezes no mesmo link.
A ClickForensics, que oferece tecnologia e serviços para combater a fraude de clique, estima que, no último trimestre do ano passado, cerca de 14,2% dos cliques eram fraudulentos.
Anunciantes vêm pressionando Google, Yahoo e outros fornecedores de links patrocinados para combater a questão da fraude de cliques, alegando que estas companhias não fazem nada para minimizar os problemas.
O Google chegou a um acordo de uma ação pela fraudes de cliques no ano passado, descrita como uma grande vitória pela companhia. Uma perda poderia significar à empresa milhões de dólares, mas o buscador preferiu resolver a ação com um acordo avaliado em 90 milhões de dólares.
Como parte do acordo, centenas de anunciantes abriram mão do seu direito de processar o Google por problemas com fraudes de cliques a partir de 2002.
O acordo também permitiu que o Google, que admitiu não ter tomado atitudes errada na época, pagasse apenas um terço do combinado em dinheiro - tudo para custos com advogados - com o resto pago em créditos para anunciantes.
Fonte: IDG Now!
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